Anvisa aprova medicamento de uso oral para tratar câncer no cérebro

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo
Fachada do edifício sede da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) -18.ago.22 14 de agosto de 2025 | 16:05

Anvisa aprova medicamento de uso oral para tratar câncer no cérebro

Um remédio oral de uso diário utilizado no tratamento de câncer no cérebro foi aprovado na segunda-feira (11) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O vorasidenibe, comercializado como Voranigo, bloqueia o crescimento de células tumorais. Até então, as opções de tratamento eram limitadas à cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

O acesso dos pacientes ao medicamento, entretanto, pode demorar, especialmente no SUS (Sistema Único de Saúde), segundo especialistas ouvidos pela Folha.

Isso porque, após a aprovação pela Anvisa, é preciso que a ANS (Agência Nacional de Saúde) incorpore o medicamento ao seu rol, o que exige aprovação do sistema. Já para o SUS, o remédio precisa passar por uma comissão que avalia eficácia, segurança, indicação e preço, além de realizar consultas públicas.

“São tratamentos já bem estabelecidos há aproximadamente 20 anos, e ainda usados, mas os gliomas vinham sem grandes evoluções positivas no seu tratamento desde então”, disse.

Matos afirma que o remédio apresenta efeitos colaterais muito leves em comparação aos tratamentos convencionais, mas ressalta que ainda é difícil dizer se a radioterapia e quimioterapia serão substituídas.

“O que sabemos é que o vorasidenibe diminui a taxa de crescimento do tumor a ponto de adiar a necessidade de outros tratamentos, como cirurgias, radioterapia e a quimioterapia. A pessoa que o usa terá menos comprometimento de qualidade de vida pelos tratamentos que até então eram um padrão”, disse.

Apesar da aprovação pela Anvisa, o remédio não será imediatamente disponibilizado para a população.

“Agora ele vai passar pela fase de precificação. E por ser via oral, a cobertura vai depender muito de cada plano de saúde, diferente de medicamentos endovenosos, que têm cobertura obrigatória pelas operadoras”, explica Gustavo Schvartsman, oncologista do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, a incorporação do medicamento ao rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde precisa ser avaliada pela ANS para que seu uso seja sistematicamente autorizado. Caso contrário, muitos pacientes vão ter que judicializar para conseguir obter o remédio.

Se o medicamento for para o SUS, ele precisa passar pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), o que pode tornar o acesso ainda mais distante, segundo Schvartsman.

“Sendo um medicamento novo e de alto custo, a recomendação pela Conitec para incorporação pode levar bastante tempo.”

Vitor Hugo Batista, Folhapress



Fonte: Política Livre

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