Exportações da Bahia aos EUA podem sofrer queda drástica com tarifas, alerta presidente da Fieb

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Foto: Carine Andrade / Política Livre
Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos 18 de agosto de 2025 | 11:50

Exportações da Bahia aos EUA podem sofrer queda drástica com tarifas, alerta presidente da Fieb

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, alertou para os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. Segundo ele, a Bahia pode ser uma das mais afetadas, com risco de perder até dois terços do volume exportado para o mercado norte-americano.

“Em 2024, a Bahia exportou cerca de 900 milhões de dólares, dos quais aproximadamente 90% foram de produtos industriais. Um terço desse montante escapou do aumento de tarifas, mas os outros dois terços estão sendo onerados de tal forma que, na nossa avaliação, vai impedir a continuidade desses negócios”, explicou Passos em entrevista durante a solenidade de lançamento do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) na Bahia.

O dirigente destacou que a consequência direta recai sobre os trabalhadores do setor industrial, especialmente os que atuam na linha de produção. “Embora não seja tão óbvio estimar, acreditamos que entre cinco e dez mil trabalhadores podem ser efetivamente afetados. Quem mais sofre é o pessoal que está no chão de fábrica”, afirmou.

Diante desse cenário, o presidente da Fieb defendeu a busca por alternativas. Ele citou a abertura de mercados internacionais, iniciativa que pode ser conduzida com apoio da Apex, como forma de redirecionar a produção baiana. “Se a empresa conseguir colocar no mercado nacional ou em outros países o que antes ia para os Estados Unidos, haverá algum tipo de atenuante nessa situação”, disse.

Passos também avaliou as medidas anunciadas recentemente pelo governo federal, que têm caráter paliativo. “São mitigadoras, postergam os efeitos mais negativos. Se durante esse período forem criadas soluções para substituir esse negócio nos Estados Unidos, quem sabe o impacto não seja tão forte”, ponderou.

Outra frente em discussão é a negociação direta entre os dois países. Para isso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prepara uma missão empresarial aos Estados Unidos nos dias 3 e 4 de setembro, da qual representantes baianos devem participar. “Primeiro, haverá encontro com parceiros locais, criando uma corrente de maior força. Mas se isso será suficiente para remover as medidas, ainda não sabemos”, afirmou.

Apesar da gravidade do momento, o presidente da Fieb demonstrou cautela e reforçou a necessidade de planejamento. “Encontrar novos mercados não é uma solução de efeito imediato, mas um processo que depende do amadurecimento das empresas. É esse caminho estrutural que pode garantir a sustentabilidade da indústria baiana no médio e longo prazo”, concluiu.

Política Livre



Fonte: Política Livre

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