
Os prefeitos do Território do São Francisco têm uma preocupação em comum: a persistência da seca, que se intensificou desde 2024 e tem projeção de continuidade até 2026. Presidente do Consórcio Sustentável do Território do São Francisco (Contesf) e prefeito de Remanso (Norte da Bahia), Marcos Palmeira reconheceu que essa possibilidade tem tirado o sono de prefeitos, comerciantes e pequenos produtores dos municípios abrangidos pela instituição que dirige. “Sem chuva, antes do final do mês de outubro nenhuma aguada terá água”, disse. “A seca, que se estende desde 2024, está preocupando os criadores de nossa região“, completou o gestor.
Dados do Inema e projeções de institutos e órgãos federais (CPTEC/INPE), registram um índice de -5% a -10% de precipitação entre outubro de 2025 e abril de 2026, e a possibilidade do El Niño promover uma redução mais significativa nas chuvas.
Medidas emergenciais
Além do Programa de distribuição de água, Palmeira considera essencial a garantia de alimentação para o gado, caprinos e ovinos, que pode ser garantida com a distribuição de milho, uma das medidas emergenciais que foram adotadas pelo governo estadual. O Governo da Bahia distribuiu quase 250 mil sacas de milho no mês de junho e julho, uma ação que promoveu a capacidade de resistência à seca dos criadores em toda a região do São Francisco.
Porém, segundo o presidente do Contesf, “a extensão do período seco exige a repetição da distribuição de milho, ainda este ano para garantir boas condições para a criação até o final do período seco“.
O Consórcio é constituído pelos municípios de Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, Remanso, Campo Alegre de Lourdes, Sobradinho, Uauá, Sento Sé, Canudos e Pilão Arcado. Todos eles estão com decreto de emergência em razão da estiagem, e esperam a antecipação do apoio estadual e federal com a distribuição de milho.
carlosbritto