Estaleiro Enseada, em Maragogipe 08 de outubro de 2025 | 20:06
Petrobras vai investir R$ 2,6 bi para construir seis navios e retomar indústria naval na Bahia
A Petrobras retomou as encomendas à indústria naval da Bahia e anunciou a construção de seis novos navios de apoio no Estaleiro Enseada, em um contrato de R$ 2,6 bilhões e com expectativa de gerar 5.000 postos de trabalho diretos indiretos.
Os investimentos serão lançados nesta quinta-feira (9), em Maragogipe (133 km de Salvador, em cerimônia com a presença do presidente Lula (PT).
O estaleiro Enseada foi uma das joias da política de retomada da indústria naval nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT) e fez do Recôncavo uma das regiões mais pujantes da Bahia nos anos 2010. Mas enfrenta uma crise na esteira da Operação Lava Jato, que fez com que as atividades do estaleiro fossem paralisadas.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou os navios há estavam contratados. Mas a empresa decidiu em setembro que o estaleiro Enseada seria responsável pela construção.
“Trabalhamos para diversificar os estaleiros que vão receber isso [as encomendas] para garantir o fornecimento e a minimização dos riscos envolvidos de colocar todos os ovos na mesma cesta”, afirmou Chambriard.
O contrato para utilização das embarcações é de 12 anos e construção dos navios terá ao menos 40% de conteúdo local. Os navios serão usados para apoio a plataformas, segurança, transporte de derivados e exportação.
Ao todo, a Petrobras vai contratar 48 barcos de apoio até o final deste ano –desses, 44 já foram contratados ou estão com edital publicado. Até o início de novembro, serão publicados editais para mais quatro barcos.
“Todos esses negócios, a gente está anunciando com o compromisso que sejam bons, que sejam rentáveis e que sejam um ganha-ganha, tanto para a sociedade local, quanto para a Petrobras, quanto para os nossos investidores”, afirmou Magda Chambriard.
Além da contratação dos navios, a estatal anunciou o retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes e Nitrogenados (FAFEN) da Bahia e de Sergipe.
Coma retomada das duas unidades, a Petrobras terá capacidade de produzir cerca de 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados.
Magda Chambriard explicou que a retomada da operação vai aproveitar as facilidades das unidades já instaladas e vai garantir o consumo de parte do gás natural produzido pela Petrobras, cuja produção cresceu nos últimos anos. Cada unidade receberá um investimento de R$ 38 milhões.
A Petrobras também avalia a viabilidade para a utilização do canteiro de obras de São Roque do Paraguaçu, também em Maragopipe, como área para acostamento de plataformas em processo de descomissionamento.
A área, que está subutilizada, tem capacidade para o acostamento de ao menos duas plataformas de grande porte.
João Pedro Pitombo/Folhapress