Após o aparecimento do foco, 24 países decidiram suspender a importação brasileira
A Influenza Aviária, conhecida popularmente como gripe aviária,é uma doença que pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos. Neste ano, uma nova onda da enfermidade foi verificada no País, em especial no Rio Grande do Sul. Após o aparecimento do foco, 24 países decidiram suspender a importação de carnes e ovos brasileiros. Deste total, 13 suspenderam a compra apenas do estado gaúcho.
Para saber mais detalhes sobre a doença e como está a situação em solo baiano, o Portal MASSA! conversou com especialistas que sanaram dúvidas e fizeram alertas.
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De acordo com o médico infectologista Robson Reis, os sinais da doença, em humanos, se parecem com os da gripe que conhecemos. “Coriza, congestão nasal, dor no corpo, febre, tosse. Porém, essa doença raramente acomete os humanos. Acaba acometendo os seres humanos que têm contato direto com as aves doentes. Ainda não há descrição de transmissão de pessoa para pessoa, mas aquelas pessoas que tratam diretamente as aves doentes, sem os materiais de proteção, elas podem contrair a doença”, explicou.
Já nos animais a gripe se desenvolve de maneira mais agressiva. “Em relação às aves e os mamíferos, esses animais acabam morrendo por conta de hemorragia e disfunção de múltiplos órgãos”, destacou o médico.
O que fazer em caso de suspeita?
O médico relembrou que os sintomas são parecidos com os de qualquer outra gripe e caso haja suspeita de infecção é necessário que a pessoa procure um serviço de saúde para que possa ser avaliada, “em especial aqueles pacientes que fazem parte do grupo de risco: pacientes idosos, gestantes, crianças menores de dois anos e pacientes com comorbidades”. O médico segue explicando que, “em relação à gripe aviária, o que vai ser muito importante é fazer essa relação epidemiológica. No Brasil, ainda não foram descritos casos em humanos? E os casos em aves são restritos”, concluiu.
Há registro de gripe aviária na Bahia?
O MASSA! também conversou com a coordenadora de vigilância epidemiológica da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Camile Andrade, que revelou se há ou não casos confirmados da gripe aviária em solo baiano.
“Não há casos confirmados de influenza aviária na Bahia, estando esses registros atualmente restritos aos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Distrito Federal. Os três casos suspeitos em investigação na Bahia não envolvem aves comerciais, apenas aves silvestres. É importante ressaltar que não há risco relacionado ao consumo de aves e ovos inspecionados”, explicou.
Quais medidas estão sendo tomadas?
Camile destacou o que o órgão tem feito para manter a segurança. “A Adab prioriza a vigilância epidemiológica e a orientação sobre medidas de biossegurança nas granjas. Os produtores devem revisar práticas como: manter galpões bem vedados e protegidos contra aves silvestres; remover ninhos e entulhos ao redor das instalações; restringir o acesso de pessoas e veículos, com controle de entrada e saída, utilizar roupas e calçados exclusivos nos aviários; adotar desinfecção rigorosa e manter controle de pragas e fontes de água”.

Segundo a coordenadora, em caso de suspeita da influenza aviária, algumas precauções devem ser tomadas. “Ao observar comportamento atípico, sinais clínicos respiratórios (espirros, secreção nasal, dificuldade para respirar) e neurológicos (tremores, paralisia, torcicolo, entre outros), além de diarreia e inchaço em crista e barbela, alta mortalidade ou queda brusca na produção de ovos, o criador deve evitar o manejo das aves e comunicar imediatamente a Adab, fornecendo telefone, endereço e ponto de referência. O contato pode ser feito pelo site www.adab.ba.gov.br, pelos telefones 71 3194-2098/2099, 71 996279797, pelo e-mail [email protected] ou presencialmente em um dos 383 escritórios da Agência na Bahia”, declarou.
Por se tratar de uma situação onde o princípio de saúde única é aplicado, integrando defesa agropecuária, meio ambiente e saúde humana, em caso de aves silvestres migratórias com sinais clínicos respiratórios e nervosos, o Inema deve ser acionado, através do Disque Fauna, pelo telefone (71) 99661-3998. Em caso de contato direto entre humanos e aves que apresentem sinais clínicos característicos, a Sesab deve ser acionada por meio do e-mail [email protected].