O vereador Hamilton Assis (PSOL) 08 de outubro de 2025 | 18:55
Hamilton Assis nega “rixa” com Marta Rodrigues, mas aponta divergências sobre segurança pública
O vereador Hamilton Assis (PSOL) refutou a possibilidade de ter alguma “rixa” com sua colega da Câmara Municipal de Salvador, Marta Rodrigues (PT). Segundo o psolista, ele apenas possui algumas divergências de opinião com a petista.
“Não, nós não estamos ‘rixados’. Eu e Marta temos uma relação pessoal muito bacana, uma relação histórica. Sempre tivemos divergências, mesmo quando eu ainda estava no PT. Sempre tratamos nossas divergências dentro dos limites da diplomacia. É evidente que a opinião da vereadora não pode ser alvo de censura — é a opinião dela”, afirmou Assis, nesta quarta-feira (8), em entrevista à imprensa.
O vereador ainda destacou que diverge de Marta Rodrigues no tema da segurança pública. “É um debate muito caro para nós, para a população negra. Sei que a vereadora reivindica esse lugar de mulher negra, também periférica e com uma trajetória pautada nas lutas em defesa dos direitos humanos, mas nós temos um problema com a política de segurança pública”, declarou.
Nos últimos dias, o psolista tem criticado a atuação da Polícia Militar em operações que resultaram na morte de jovens negros e proposto mudanças no Bahia pela Paz, programa do governo do Estado que busca implementar uma nova política de segurança pública.
Entre as iniciativas do programa estão a modernização das ações das forças de segurança e do sistema de Justiça, além do desenvolvimento de ações sociais integradas voltadas a garantir os direitos e a cidadania da parcela da população que mais sofre os efeitos da violência.
Após as críticas de Hamilton Assis, Marta Rodrigues saiu em defesa do Bahia pela Paz e afirmou que, antes de criticar, as pessoas precisam conhecer o programa.
“Embora ela tenha levantado a hipótese de que eu não tenha lido ou não tenha conhecimento sobre o projeto, o que tenho feito com os meus pares — principalmente com companheiros de organizações não governamentais que debatem a questão da segurança pública, como a Iniciativa Negra e o Fogo Cruzado — é justamente buscar orientação e suporte para o nosso mandato na formulação de propostas sobre o tema da segurança”, explicou o vereador.
“A análise que a gente faz do plano é de que ele busca estabelecer um diálogo com a sociedade civil, compreendendo que a política de segurança não é apenas um problema policial, mas também uma questão social que precisa ser tratada para reverter a exclusão das populações negras e enfrentar o racismo — que é estrutural e influencia a atuação das forças de segurança no nosso Estado”, acrescentou Assis.
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Reinaldo Oliveira/Política Livre