Metade dos brasileiros acima de 60 anos tem hipertensão, alerta cardiologista

193

Metade da população brasileira acima dos 60 anos convive com a hipertensão arterial, segundo estimativas médicas. A condição, conhecida como “pressão alta”, é silenciosa e perigosa — e está diretamente relacionada às doenças que mais matam no país, como infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), insuficiência renal e cardíaca.

Para o médico cardiologista Augusto Césare, que também é coordenador do curso de Medicina da Ages de Irecê, parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país a hipertensão geralmente tem aparecimento lento, e o paciente demora a perceber os sinais. “Mas quando perguntamos sobre sintomas como dor de cabeça matinal, tontura e cansaço, eles costumam se lembrar”, explica.

O especialista lembra que fatores genéticos influenciam, mas o estilo de vida moderno tem papel decisivo no avanço da doença. “Nosso estilo de vida ocidental, com alto consumo de sal, embutidos, enlatados, além de sedentarismo, obesidade e estresse, contribui diretamente para o aumento dos casos de hipertensão”, afirma.

Dr Augusto Cesare

A pressão alta, na maioria dos casos, não tem cura, mas tem controle — e o tratamento pode mudar completamente o rumo da vida de uma pessoa. “A meta não é apenas controlar, mas normalizar os níveis de pressão. Começamos com mudanças no estilo de vida e, geralmente, associamos medicamentos. O problema é que só 20 a 30% dos pacientes conseguem manter a pressão sob controle”, relata Césare.

O diagnóstico deve ser feito de forma criteriosa, com aferição da pressão em repouso e exames complementares, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA). Visitas periódicas ao médico a partir dos 30 anos e atenção redobrada para quem tem histórico familiar são medidas fundamentais de prevenção.

Impacto mortal, mas evitável

Apesar dos dados apontarem 1,8 mortes diretas a cada 10 mil pacientes hipertensos no Brasil, a hipertensão está presente como causa associada em uma quantidade muito maior de óbitos. “É um fator adjuvante importante em diversas doenças. A presença da hipertensão é muito frequente em necrópsias. Seu impacto na saúde pública é imenso”, pontua o cardiologista.

Além disso, a hipertensão é comum entre pacientes que precisam de hemodiálise ou que sofrem com sequelas vasculares severas. “Investir em prevenção, diagnóstico precoce e acesso a medicamentos mais potentes pode reduzir drasticamente não só a mortalidade, mas também o sofrimento causado por essas doenças”, completa.

Celebrado no dia 26 de abril, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial busca alertar a população para os riscos da doença e reforçar a importância de hábitos saudáveis.

“A melhor forma de combater a hipertensão é com informação e atenção aos sinais. Diagnóstico precoce, alimentação equilibrada, atividade física e o abandono de vícios como o cigarro são essenciais. A hipertensão não avisa quando chega — por isso, precisamos estar sempre um passo à frente”, finaliza Césare.

Por: Grace Andrada | Comunic.ativa

.

Artigos relacionados

Últimas notícias

Homem sofre grave acidente de moto na BA-791, entre Quixabeira e BR-324

Na manhã desta quinta-feira (14), por volta das 9h25, um acidente foi...

Últimas notícias

Operador morre após trator tombar em buraco dentro de fazenda no município de Riachão do Jacuípe

Um trágico acidente de trabalho tirou a vida de José Trabuco do...

Últimas notícias

Governador da Bahia assina projetos de lei que propõem reajuste salarial de até 22,1% para servidores

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), assinou, na terça-feira (12), seis...

Últimas notícias

Caçamba bate em moto e logo em seguida invade duas casas; motorista ficou ferido

Um homem teve ferimentos leves depois de perder o controle de uma...