Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado

35

Mulherada colocou as mãos na massa |  Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Carinhosamente chamado de “coroa”, o turbante é mais do que um adereço estético: é símbolo de ancestralidade, resistência e identidade. Pensando nesse significado, o projeto Afroestima, da Prefeitura de Salvador, promoveu a oficina “Artes e Ofícios: Amarração de Turbantes”, que teve encerramento na manhã desta quinta-feira (4), na sede da Associação Nacional das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam), na Praça da Cruz Caída, no Pelourinho.

Durante quatro dias, cerca de 30 mulheres, baianas de acarajé e de receptivo turístico, participaram gratuitamente da capacitação, realizada pelo Instituto Iris, em parceria com o Conselho Britânico e a Prefeitura. O curso uniu prática, história e troca de experiências, culminando em desfiles e depoimentos das participantes.

A professora Laís dos Santos, administradora de formação e facilitadora cultural, conduziu a oficina. Para ela, o turbante é uma coroa que simboliza força e pertencimento: “Usar o turbante é afirmar quem eu sou, honrar minha ancestralidade e impor respeito. Ele protege nossa cabeça, nosso ponto de equilíbrio, e comunica ao mundo a nossa identidade”, destacou.

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado

Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

A oficina foi além das técnicas de amarração. As participantes aprenderam sobre tecidos, cores e contextos de uso, além de compartilhar vivências pessoais. Segundo Laís, o aprendizado é uma via de mão dupla: “Eu ensino, mas também aprendo com elas. Cada amarração é única, traz a energia e a intenção de quem a faz”.

A cabeleireira e baiana de acarajé Tayana Silva Conceição, de 49 anos, contou que a experiência mudou sua vida: “Hoje eu tenho minha coroa produzida por mim mesma. Levo desse curso não só o conhecimento das amarrações, mas também amizades e abraços. Foi incrivel”.

Já a autônoma Márcia Regina Gomes Mireles, de 38 anos, que já trabalha com a produção e venda de turbantes desde 2018, reforçou a importância da oficina como espaço de crescimento: “Não é só sobre aprender amarrações. É convivência, troca de experiências e calor humano. Para mim, foi uma vivência ímpar”.

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado

Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Símbolo vivo da cultura afro-brasileira, as baianas de acarajé são guardiãs de tradições reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Para elas, o turbante não é apenas ornamento, mas elo com a espiritualidade, a história e o empreendedorismo.

A coordenadora da Abam, Andréa de Santos Silva, celebrou a iniciativa: “Esse projeto é importante porque nos une. No dia a dia, no tabuleiro, prevalece a correria e até a concorrência. Aqui, tivemos quatro dias de acolhimento, aprendizado e construção coletiva”.

Com o sucesso da primeira turma, uma segunda edição já está confirmada para os dias 8 a 11 de setembro, com todas as vagas esgotadas.

*Sob supervisão do editor Jefferson Domingos

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres aprendem as manhas para fazerem um turbante diferenciado

Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Fonte: A Massa

Artigos relacionados

Geral

Cidade baiana recebe sinal verde para promover a guerra de espadas

Festejo vai ganhar espaço apropriado no São João |  Foto: Ilustrativa/Adilton Venegeroles...

Geral

Se ligue! Regras para bicicletas elétricas serão mais rígidas em 2026

Bicicletas elétricas terão novas regras em 2026 |  Foto: Divulgação/Prefeitura de Vila...

Geral

Aroldo Macedo descobre doença rara e grave e precisa de ajuda

Guitarrista Aroldo Macedo |  Foto: Divulgação O guitarrista Aroldo Macedo, do icônico...

Geral

Cantor morre em acidente na cidade de Feira de Santana

Cantor Jones Mesquita |  Foto: Reprodução/Redes sociais O cantor Jones Mesquita, de...