“Para”.
Esta foi uma das últimas palavras de Sarah Picolotto dos Santos Grego, 20 anos, brutalmente morta em Ubatuba, na noite do último dia 10. Antes de ser assassinada, a jovem sofreu estupro coletivo praticado por cinco homens, de acordo com a investigação da Polícia Civil.
A violência foi gravada pelos agressores e OVALE obteve acesso a dois vídeos, que têm sido compartilhados em grupos de WhatsApp da região.
São cenas chocantes. Sob efeito de drogas e álcool, Sarah estava em uma condição de extrema vulnerabilidade, como afirma a polícia.
Nas imagens, em um determinado momento, a jovem diz a um dos homens “para, seu filho da p*ta”. Em outros, ela tem o cabelo puxado, recebe tapas no rosto e é enforcada.
À polícia, Alessandro Neves dos Santos, de 24 anos, que confessou ter matado Sarah, afirmou que “nada foi consentido” pela jovem, em relação às cenas em que ela aparece mantendo relações com ele e outros quatro homens.
De acordo com o relato de Alessandro, Sarah chegou à adega do bairro Rio Escuro por volta das 23h do dia 10. No local, ela era a única mulher entre os homens presentes. Segundo ele, os cinco a obrigaram a praticar sexo oral.
Após a violência, Alessandro disse que Sarah o acompanhou até sua casa, onde os dois teriam tido uma relação sexual. Em seguida, sob efeito de drogas e álcool, ele afirmou que discutiu com a jovem, a enforcou e enterrou o corpo em uma área de mata.
Estupro.
A OVALE a delegada responsável pelo caso, Ana Carolina, afirmou que os vídeos serão peças-chave no inquérito. “Estamos trabalhando para identificar formalmente os quatro jovens [além do autor do homicídio, já identificado]. Esses vídeos gravados durante os atos serão fundamentais para esclarecer o que aconteceu e responsabilizar todos os envolvidos”, afirmou a delegada a OVALE.
A vítima estava sob efeito de álcool, drogas e medicamentos controlados, o que a tornava incapaz de consentir. “Ainda que em alguns vídeos ela apareça sorrindo, juridicamente não existe consentimento válido, porque ela estava em condição de vulnerabilidade”, explicou a delegada.
Sarah, filha de um pastor em Jundiaí, estava de férias em Ubatuba quando desapareceu no último dia 9 de agosto.
O crime.
Alessandro confessou ter matado a jovem, ocorrido na noite do último dia 10, e indicou à polícia onde estava o corpo de Sarah, encontrado na última sexta-feira (15), em uma área de mata próxima a uma cachoeira no bairro Rio Escuro.
Apesar da confissão, a Justiça determinou a libertação de Alessandro na noite de sexta-feira (15), contrariando o entendimento da polícia e do Ministério Público.
Após mandar soltá-lo, a Justiça voltou atrás e determinou a prisão de Alessandro, nesta terça-feira (19). No entanto, ele segue desaparecido.