Tarcísio Freitas, governador de São Paulo 18 de agosto de 2025 | 10:35
Tarcísio evita gastos com conferências e sofre críticas de movimentos sociais
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vem sendo acusado por movimentos sociais e grupos de oposição de esvaziar a participação popular em conferências que discutem políticas públicas sobre temas como igualdade racial, direitos da população LGBTQIA+ e mulheres.
Os eventos têm caráter oficial e discutem ações para mitigar problemas como desigualdade de gênero e crimes de ódio.
Entre as queixas estão falta de apoio financeiro para deslocamentos de participantes vindos do interior do estado e, no caso da conferência das mulheres, a decisão de realizá-la de forma remota, por meio de um aplicativo.
Com relação às conferências de Igualdade Racial e de LGBTQIA+, há queixas porque a gestão Tarcísio não se comprometeu em bancar a hospedagem e alimentação dos delegados eleitos para representar seus respectivos municípios.
Para Lourdes Andrade Simões, militante da Marcha Mundial das Mulheres, o ambiente virtual trará prejuízos para formulação de propostas.
“Primeiro, ainda não temos a cultura digital. Também há chances de falhas técnicas e compromete a participação de mulheres que moram em municípios onde o sinal de internet é péssimo”, afirma Lourdes, integrante do CNDM, conselho dos direitos das mulheres ligado ao Ministério das Mulheres.
“A conferência é um momento importante para debater no plenário, mas em um espaço físico temos a chance de trocarmos experiências e buscarmos alternativas”, prosseguiu.
Na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) a Bancada Feminista do PSOL ingressou com ação no Ministério Público na tentativa de obrigar o governo a bancar hospedagem e alimentação a delegados que participariam da 5ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial.
Já a a deputada estadual Beth Sahão (PT) cobrou de Tarcísio apoio à realização da 4ª Conferência Estadual LGBTQIA+, com garantias de passagem e hospedagem. “Fato que gera um obstáculo à participação de delegados, em especial, representantes da sociedade civil”, diz a deputada.
Ela também reclama que o evento para comunidade LGBTQIA+ será aberto apenas para os delegados eleitos, limitando, assim, a participação de movimentos sociais.
Em nota, o governo estadual diz que é responsável pelo custeio do local, infraestrutura e alimentação durante os horários oficiais do evento, mas que as despesas de hospedagem são de caráter pessoal.
A gestão Tarcísio tem dito que “reitera seu compromisso com a legalidade e a eficiência no uso dos recursos públicos”.
A Secretaria de Políticas para a Mulher, por sua vez, defendeu a plataforma digital como forma de ampliar a participação feminina e de inclusão.
Carlos Petrocilo/Folhapress